UM MUNDO TODO MEU

Neste mundo de novidades, nesta terra de ninguém, te convido a adentrar sem pudor. Viaje de olhos abertos e asas aos ventos, porque nem tudo o que parece é, mas tudo o que é, pode parecer com você!!



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SARAH

À uma das melhores pessoas do mundo.
            TE AMO MENINA






Simpatia de esplendor,
Aflorado em suaves
Risos de menina,
Anjo de grande graça e
Humildade singular.









quinta-feira, 9 de setembro de 2010

OS DOIS LADOS DO VIDRO

No meio da Avenida

Viam-se meninos,

Meninos sem nome,

Descalços,

Ainda de fraldas,

Diversos tamanhos

Com cores diferenciadas,

Mas eram meninos,

Pobres crianças

Exaustas de viverem

Recriminadas pelos olhares

Impetuosos dos adultos.
Hoje são meninos

E amanhã;

O que haverão de ser?

Cabelos ao vento,

Empurrados aos carros

Que de vidros fechados

Ignoram seu encanto,

Querem atenção

Muito mais que dinheiro,

Querem uma palavra;

Um obrigado

Por seus malabares,

Porém o descaso

Do bicho maduro

Faz da vida desses meninos

A insegurança de um olhar,

Que hoje ainda é doce,

Cheio de graça

Pois, são só meninos

Na Avenida da vida

Querendo atenção,

Um pouco de brilho

Para sua escuridão.

Querendo ser amanhã

O seu hoje,
E esquecer que um dia

Foram meninos,

Meninos de rua,

E tendo seu carro

Simplesmente fechar o vidro

Para outros meninos,

E desfazerem-se

Do duro passado

Ignorando o outro,

Como o bicho homem

Costuma fazer,

Sem racionalidade

Sem firmeza,

Apenas porque tem medo

Dos pobres meninos,

Meninos artistas

Que tiram da Avenida

Seu sustento

E que não tem orgulho

De ser menino,

Menino de rua,

Que amadurece com a falha

Causada pela injustiça

De um bicho homem

Que de vidros fechados

Se sente mais bicho,

Mais forte,

Do que o Ser menino,

Que olha tristonho

Do meio da Avenida

Para o vazio;

O infinito descaso

Que ele mesmo tem,

Do homem que está

Preso do outro lado do vidro.

Autor: Daiane Durães

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SONO DE VERÃO

Aquela cadeira

Te traz a mim,

Manhã de sono

Manha sem fim.



O ventilador,

Que a ti esvoaça

E os cabelos já não seguram.



A lousa,

Que tu a escreves

E prontas um vestido.



Tudo me mostras

E estás sem sentido

Abro meus olhos,

Acordo. Estava apenas dormindo.

AFEIÇÃO



Os seus olhos

São muito luminosos,

O encanto

Dos olhares

Cheios de vexames

Por iludir-se em sentimentos

Cativantes,

Vinha da absorção

Do que se deveria

Reservar economicamente.

Confusa,

Jamais olhar-te-ia

Direito novamente.

Seu olhar reluzente

Me enganava

Indiferente.

Essa admiração

Desembaraçou

A escondida afeição

De uma idéia,

Uma ânsia,

Uma tenacidade

Por seguir o sonho

De olhar-lhe

Profundamente

Com meus olhares sórdidos

Com seus olhares profanos.


Autor: Daiane Durães

O SOBERANO SOBERBO

                                                                                  Eis que ele lá vem

                                                                                  Com coroa, capa

                                                                                  E charuto



Vem o soberano soberbo

Trazendo em sua calda

Um pobre negrinho matuto.



Ele olha por beira de olhos,

E o matuto ainda está lá;

Atrás da cortina

Por baixo do pano



                                                                                   Suspeita de tudo

                                                                                   Olha, e re-olha

                                                                                   Se escondendo no fundo

                                                                                   Da própria humana falha.

Autor: Daiane Durães

INGENUIDADE CONFESSA


Subjuguei esse seu



Jeitinho medíocre


Que em debalde


Se agitava.







Retorcia o nariz

Para cada insanidade

Que lhe falavam.




Cadê toda aquela coragem

Para a estrangulação

De uma boca virginal desesperada?



Foi por deixar-se perder

Fielmente na forquilha

De insensato humor,

Selvagem e cativo

Que te tornastes um desventurado amante.






Que ao lançar seu olhar

Singularmente puro e azul

Estremeceu-me as pernas

De um prazer absoluto,

Durante uma embriaguez profana.




 

Quando arredondava suas falas

E supérfluo abaixava as pálpebras

Descorava-me maciça,

E entusiasmava-me a enlaçar-te

Em beijos brandos.

Autores: Daiane Durães e Frederico Sales

INSTABILIDADE TEMPORAL

O sol forte e brilhante
Em já tardia fuga
puxa uma nuvem
e se traja ponderadamente.

Teria, talvez,
deixado se ir
por um luto
de prévia bobagem

Seria, quem sabe,
se pudesse;
Um renomado Arquiteto

Um filósofo obtemperador
Ou, quem dera fosse;
Um mero vagabundo.

Autor: Daiane Durães

quarta-feira, 10 de março de 2010

ENIAOHTIU

Por que perguntam quem sou?
Todos sabem que sou sobressalto
Um pulo no escuro
Um vazio inato.
Todos sabem que sou erva daninha
Que sou pequena
Que sou garota mimada.
Pra que saber quem sou?
Não mudarei seu futuro
Nem serei imensidão
Não virarei seu porto-seguro
Descer do muro?
Não, Não, Não...
Sou formada pela vida
Sou formada em Letras
Sou formada por palavras..
Sou formada de ingratidão
E toda essa formação?
Muda minha situação?
Muda sua opinião?
Simplesmente não..
O que quero mesmo
É ser gente grande
Ser marqueteira involuntária
Ser sucedida por uma vigária
Porque hoje..
Sou apenas a vigarista
De minha indigesta formação.
E minha frase preferida
É precedida de um não.

Autor: Daiane Durães